Jovem arrastada por 4 km em acidente no DF, em 2020, casou com homem que a socorreu e casal tem bebê
01/01/2025
Paula Thaís de Oliveira amputou mão, sofreu ferimentos graves e perdeu mamas; João Pedro Santos viu acidente, prestou primeiros socorros, e amizade virou história de amor. Motorista Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello é réu na justiça por tentativa de homicídio e responde ao processo em liberdade. Paula Thaís com o marido João Pedro e o filho João Tomáz.
TV Globo/ Reprodução
A história a seguir pode parecer um filme, mas ela é bem real. 🤵❤️👰
Em uma madrugada de agosto de 2020, uma jovem de 18 anos estava como passageira em uma moto quando foi atropelada e arrastada por 4 km por um carro no Lago Sul, no Distrito Federal.
Passados quatro anos do acidente, Paula Thaís de Oliveira, aos 23 anos, conta como está sua vida: ela casou com o homem que prestou socorro e juntos tiveram um bebê, que está com um ano e sete meses atualmente (veja detalhes abaixo).
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Por causa do acidente, Paula teve que amputar a mão esquerda, sofreu fraturas nos joelhos, ferimentos graves no pé, ombros, abdômen e perdeu as duas mamas. Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, o motorista do carro, é réu na justiça por tentativa de homicídio e responde ao processo em liberdade –, conforme a investigação, ele fugiu sem prestar socorro (saiba mais abaixo).
Quem ajudou Paula foi João Pedro Santos, que ela conhecia há uma semana. Ele estava perto do local do acidente. Durante a recuperação da jovem, os dois se aproximaram e a amizade virou um história de amor.
"Eu já falei pra Paula uma vez, daria um filme", diz João Pedro.
Relembre o caso
Paula Thaís fala sobre momento em que foi arrastada por 4km no DF.
O acidente aconteceu por volta das 2h30 de 16 de agosto de 2020, na QI 19 do Lago Sul – área nobre de Brasília. Paula estava em uma moto com um rapaz de 20 anos, que era seu namorado à época. Eles saíam de uma lanchonete e estavam a caminho de casa, em São Sebastião.
Entenda como foi o acidente:
O então namorado de Paula reduziu a velocidade da moto para passar por um radar de fiscalização eletrônica;
Nesse momento, a moto foi atingida por um carro que vinha atrás, segundo a vítima, em alta velocidade. O automóvel era um Volkswagen modelo UP dirigido por Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello;
O namorado de Paula foi lançado para a pista no momento da batida. Paula ficou presa ao capô do veículo;
A jovem seguiu presa no capô até a altura da QI 23, sendo arrastada por cerca de 4km;
O motorista do carro fugiu sem prestar socorro.
"Lembro como se tivesse presa, gritando pedindo socorro. Como se tivesse batendo a mão no carro - não sabia onde tava a outra (mão) - sendo arrastada", conta Paula.
No momento do acidente, João Pedro Santos – hoje marido de Paula – estava em outra moto, com uma amiga. Ele encontrou Paula caída na rua, foi quando prestou os primeiros socorros (veja vídeo abaixo).
João Pedro fala como foi o momento em que socorreu Paula.
Paula ficou 38 dias internada e 10 dias na UTI em estado grave, no Hospital de Base, em Brasília. Durante a internação, ela e o então namorado, que pilotava a moto e também foi atropelado, terminaram o relacionamento.
Romance e perdão
Paula Thaís com o marido João Pedro no aniversário de 2 meses do filho João Tomáz.
arquivo pessoal
No meio de uma intensa luta pela vida, a amizade entre Paula e João Pedro virou um romance. Meses depois, o casal teve João Tomáz. 👶
"É muito louco, do nada a gente começa a namorar. Quatro meses depois, a notícia do neném. Ela teve medo de não dar conta. Foi frio na barriga, muito medo, ao mesmo tempo deu tudo certo", diz João Pedro.
Todo o tratamento da Paula foi feito no Hospital de Base, pelo SUS. Ela passou por 10 cirurgias plásticas reparadoras, que usaram enxertos da própria pele, e teve ainda teve apoio de profissionais da fisioterapia e psicologia.
Motorista trabalha no Senado e responde processo em liberdade
Paula Thaís passa mensagem de esperança e superação.
Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, o motorista do carro, é réu na justiça por tentativa de homicídio e responde ao processo em liberdade. Ele é servidor comissionado do Senado Federal e trabalha no gabinete de um senador, com salário de R$ 14 mil.
A família de Paula diz que Caio Mello nunca ofereceu ajuda, mas a jovem diz que o perdoou pelo que aconteceu.
"Peço que Deus abençoe a vida dele, que ele possa ser uma pessoa honesta, não fazer o mesmo com outras pessoas. A dor que eu senti eu não desejo que ele sinta, só Deus sabe o que eu senti", diz Paula.
Até a publicação desta reportagem, o julgamento no tribunal do júri ainda não tinha data marcada. Segundo a denúncia do Ministério Público, Caio Ericson estava sob influência de álcool e drogas quando atropelou Paula, e dirigia a 104 quilômetros por hora. A TV Globo tenta contato com a defesa de Caio.
Paula Thaís com o marido João Pedro e o filho João Tomáz.
TV Globo
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